Cá entre nós...

terça-feira, agosto 14, 2007

Um minuto de indignação

Alguém aí pode me dizer de onde vem tanta desgraça? Não me lembro de um período com tantas tragédias quase simultâneas ocorrendo no Brasil. Algumas anunciadas, outras repentinas. Umas mais chocantes, outras revoltantes. Todas igualmente importantes.

Pra onde estamos levando este país? O que vamos deixar para nossos filhos e netos? A única coisa que consigo enxergar é um país amargurado e cansado de tanta barbaridade. Juro que fico até desanimado assistindo o Bom Dia Brasil e Jornal Nacional. Logo cedo falamos das tragédias do dia anterior e, ao anoitecer, saboreamos a consolidação de péssimas notícias temperadas com um sensacionalismo excessivo, e nocivo, da TV Globo.

Se algo me assusta nisso tudo, é a passividade com que assistimos aos fatos diante de nossos olhos, de camarote, sem mover uma palha. O máximo que conseguimos fazer é ficar atônitos, sem palavras diante da tv. Se esboçamos reação, é algo do tipo: "quando isso vai acabar?", "meu Deus do céu!" ou "como é que pode, gente?" A teoria do caos já não é mais apenas uma teoria, pelo menos na realidade brasileira. O caos existe, aqui, agora. Enquanto tentamos livrar o nosso, dia após dia na labuta necessária, nossos políticos votam aumentos salariais para eles próprios na calada da noite, fazem lobby pela aprovação da CPMF e nos instruem a relaxar e gozar. Trabalhar pelo povo, nem pensar. E o que fazemos? Absolutamente nada!

O menino João Hélio foi arrastado e morto em plena luz do dia, em vão. O avião da Gol protagonizaria o maior acidente da aviação brasileira na história, se não fosse outro avião, agora o da TAM, a ter ficado com o triste troféu, no episódio ocorrido em Congonhas. Ambos em vão. Uma empregada carioca espancada por um bando de deliqüentes filhos de papai. Em vão. Deveria servir, pelo menos, para uma revolta generalizada de nossa parte, mas estamos sempre tão ocupados para estender a mão a quem precisa. Ou talvez poderíamos nos organizar em prol de um país mais decente. O que acontece, na verdade, é que estamos acostumados com toda essa barbárie que se aproxima de nós e nossos familiares a cada dia. Nada mais é capaz de nos assustar, basta fechar os olhos a tudo de ruim que acontece em nosso redor que os problemas desaparecem. Quase um truque de mágica! Vai funcionar, até o dia em que nossos familiares, esposas(os), filhos e amigos se transformarem, do dia pra noite, em manchetes de jornal.

Não quero ser o próximo a morrer em um acidente aéreo. Não quero ser brutalmente arrastado pelas ruas de uma cidade violenta. Não quero ser espancado por universitários. Não quero meu rosto ilustrado em todos os veículos de comunicação, por ter sido mais uma vítima de um crime hediondo inédito, assim como o menino João Hélio foi. Deveria ter sido enterrado como um mártir, e lembrado como tal. Foi manchete, mas hoje já não vende como antes. E assim continuamos nossa doce rotina. Afinal, não aconteceu comigo.

Creio que precisamos refletir um pouco sobre nosso real papel na sociedade. O que podemos e devemos fazer para ter um país melhor? Como construir uma sociedade mais justa, baseada na ética e verdadeira moral? A realidade está na cara, pra quem quiser ver. Basta cada um contribuir com o que pode, e cobrar muito dos políticos que nos conduzem.
Se não dá pra fazer nada, pelo menos vale a reflexão.

domingo, agosto 12, 2007

Devagar, quase (eu disse quase!) parando...



Não é o que se pode chamar de um blog super atualizado, mas ele ainda continua ativo. Difícil de acreditar, mas por favor entedam. Tenho trabalhado demais e vivido de menos, e muita gente já percebeu e teceu comentários sobre isso. Preciso pegar mais leve, é verdade, e aparecer por aqui mais vezes. Vou mes esforçar, pois, independente de ser o não lido, gosto de escrever minhas bobagens por aqui.

A vida não está fácil (creio que pra ninguém) e tenho passado por momentos muito difíceis ultimamente. Trabalho, família, namoro, contas a pagar. São tantas as preocupações que mal tenho tempo para mim mesmo. Confesso que tive muita vontade de escrever sobre diversos assuntos, desde minha última postagem, mas meu computador divide o mesmo cômodo que a minha cama, e tenho dado preferência a ela ultimamente.

Livros? Tenho tentado ler três ao mesmo tempo, mas não consigo terminar nenhum: O Cortiço, A. Azevedo (flashback); Cem anos de solidão, Gabriel Garcia Márquez; Contos, M. de Assis. Falando nisso, Mônica, comecei a ler o Cem Anos de Solidão por ser um dos seus top ten, mas o livro é meio sacal, não achas? Claro que não vou discutir literatura com uma poeta, mesmo porque o bom senso ainda se faz presente dentro de mim, mas vai repetir nome de personagens assim lá em Macondo! Só de Aureliano tem uma meia dúzia. José Arcádio então? Uns nove! Tô na metade, vale a pena ir até o final? (be honest, please)

Bom, não que minha presença seja algo vital para vocês, mas pretendo escrever com mais freqüência, ok?

Um grande abraço a todos!