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sexta-feira, abril 06, 2007

A banalização dos valores


Não sei se era muito criança e não me lembro com muita clareza dos acontecimentos, ou se apenas tenho a memória fraca. Me corrijam se eu estiver errado, mas gravidez precoce e infidelidade não aconteciam com tanta freqüencia como nos dias atuais. A não ser que as famílias tentavam a todo custo encobrir a besteira de um de seus membros para que a honra prevalecesse.

Por volta dos meus dez anos de idade, nem sabia o que era gravidez precoce e não havia por que me preocupar. Meus pais não conversavam sobre isso comigo porque eram raros os casos dessa natureza. Pois bem, fui crescendo e vendo a tal gravidez precoce se aproximar da minha realidade. Primas e primos ainda adolescentes, sem estrutura alguma para cuidar de si próprios, quanto mais de uma criança, prestes a se tornarem pais. Amigos da minha idade, na época com quinze, dezesseis anos, com a responsabilidade de educar um filho. Ainda jovem eu pensava: "Como é possível uma coisa dessas acontecer na era da informação?"
Quanto à infidelidade, essa é pior ainda, pois não trata-se apenas de imaturidade, mas também de falta de escrúpulos e respeito. Se acontece antes ou depois do casamento, não interessa, a falta é a mesma. Por que as pessoas assumem compromissos se não são capazes de honrar sua palavra? Por que se casar com alguém, dizer que ama e no dia seguinte se entregar a outra pessoa apenas porque ela é a mais gostosa do escritório? Sinceramente não consigo entender como as pessoas são capazes de fazer tal coisa. Não vou ficar com demagogia e dizer que não me sinto atraído por outras mulheres quando algo nelas me chama a atenção, mas atração é uma coisa e traição é outra. A atração, que um pouco tem a ver com tentação, sempre vai estar lá. Cabe a nós a decisão de nos entregarmos à tentação ou agir de maneira fiel e nobre.

Finalizando o post de hoje, quero dividir com vocês um caso de família verídico que conseguiu consolidar as duas coisas: gravidez precoce e infidelidade. Resultado catastrófico.
Um primo (adulto) estava noivo e preparando-se para casar. O casamento deveria ocorrer no final do ano, mas por conta de uma gravidez precoce, decidiram adiantar o casamento. Casaram-se, o garoto nasceu e tudo parecia lindo e maravilhoso. Ele só não estava preparado para as ações da esposa após o nascimento do filho. Ele se queixava de não ser mais tratado por ela como marido e homem, mas simplesmente como pai do filho dela. Com um pouquinho, só um pouquinho, de maturidade, qualquer homem é capaz de entender que os meses após a gravidez são muito difíceis para a mãe, uma vez que ela se acha feia, obesa e muito cansada por ter de cuidar do filho. Lógico que não terá pique e nem vontade de transar até no lustre quando o marido chegar em casa, mas é uma fase passageira e tende a normalizar. Só que antes da esposa dele passar por essa fase, o patife arrumou uma amante e achou que ninguém descobriria. Descobriram, e o casamento, após pouco mais de um ano, sucumbiu. Se a criança não viesse na hora errada, se ambos tivessem curtido a vida de casado até dizer chega, e só depois decidissem ter um filho, a história seria diferente. Mas uma coisa atropelou a outra, e a gravidez precoce unida à falta de maturidade do pai fará com que a criança, que não tem culpa de nada, sofra as conseqüências para o resto de sua vida.
O pior de tudo é saber que a cada adolescente que engravida ou esposo(a) pego com a boca na botija, a coisa parece ir ficando natural. Ninguém mais se espanta ao ver uma adolescente grávida aos 14, e nem ao saber que o fulano traiu beltrana. A moda é colocar panos quentes em tudo e deixar a vida rolar.
Acredito que todos têm o direito de errar, mas existem maneiras e maneiras de assumir e consertar um erro. Vivo de acordo com a expressão "live and let live". Cada um faz o que quiser e bem entender da sua vida, desde que não machuque ou atrapalhe outras pessoas. No caso do pivô da história acima, ele machucou sua ex-esposa, seu filho e sua família, e esses erros dificilmente serão reparados.
****
Uma feliz Páscoa a todos!

9 Comments:

  • At domingo, abril 08, 2007, Blogger JM said…

    Eu como estudante de medicina (até o ano passado) examinei muitas grávidas de seus 14, 15 anos, que além de tudo não faziam o acompanhamento pré-natal direitinho, por não terem maturidade, por acharem que com o bebê delas nada de errado poderia acontecer. Vi alguns partos que não terminaram bem, infelizmente. Vi garotas de 14 anos grávidas de homens de 26, e morando com eles, como que casadas...
    O comportamento humano tem muitas facetas, ilimitadas... Por mais que se atue no sentido de conscientizar os namoradinhos, os casais, a mídia do sexo ganha espaço muito mais rápido...

     
  • At segunda-feira, abril 09, 2007, Blogger Yvonne said…

    Querido, vou deixar de dar o meu comentário porque estou com um problema na família parecidíssimo com o do seu primo que está acabando comigo. Beijocas

     
  • At quinta-feira, abril 12, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Gui, eu acredito que nenhuma criança nasce fora de hora e em lugar errado.

    E, mais, conheço muitas mulheres que tem filhos de minha idade e tiveram filhos cedo sim. No entanto, na época delas, casavam quase que obrigadas, antes mesmo de engravidarem. Muitas pessoas da idade de minha mãe (que tem 48 anos) tiveram esposos arrumados. Aliás, é muito difícl encontrar pessoas da idade nossos pais que estejam felizes com o matrimônio.

     
  • At sexta-feira, abril 13, 2007, Blogger . fina flor . said…

    Eu ainda me assusto quando vejo uma amiga de 24 anos grávida, de 14, então......

    beijos, querido e um ótimo fim de semana para você

    MM

     
  • At segunda-feira, abril 16, 2007, Blogger O Meu Jeito de Ser said…

    Gui meu querido, a precocidade na vida sexual dos adolescentes nos assusta cada vez mais.
    E vou te dizer mais, não é por falta de instrução não, mesmo sendo falado, conversado, a meninada já nasce hoje com um fogo, que nada apaga.
    Falo isso, porque tive exemplo em casa,minha filha aos dezessete anos teve um filho.
    A diferença,é que não deixei eles se casarem, não me arrependo.
    A história teria sido a mesma que aconteceu na sua família.
    Agora, aproveitar o casamento, gozar tudo que é possível, antes de chegarem os filhos, também não muda nada, quando um dos dois não tem respeito pelo outro.
    Aqualquer tempo, traem como se isso fosse normal.
    Quando um não respeita o outro, as dores do outro não significam nada, não faz a menor diferença.
    É realmente uma questão de respeito, ao próprio corpo, aos sentimentos de quem está ao seu lado.
    Um beijo

     
  • At terça-feira, maio 08, 2007, Blogger . fina flor . said…

    Ei, moço.... Passo para deixar meus beijos....

    MM

     
  • At quinta-feira, maio 24, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Por isso que sou contra casamento. Acho que no fundo, ninguém está realmente preparado pra ficar com uma pessoa para toda a eternidade. E sou tão contra casamento, porque levo casamento a sério e concordo com vc que as pessoas, se não se sentem preparadas, não deveriam casar...Mas mesmo assim casam, por medo da solidão, por medo da velhice, pela ilusão da paixão, por dinheiro...E seguem a vida toda se machucando e machucando outra pessoa...Complexo...

     
  • At quinta-feira, maio 24, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Ah e acredito que atualmente esse número de meninas grávidas não é tão maior que no passado. É que no passado era muito normal uma menina de 15 anos se casar e ter filhos...E as que ficavam grávidas fora do casamento, a família toda ajudava a esconder ou abortar, ou sei lá o que.

     
  • At terça-feira, janeiro 13, 2009, Anonymous Anônimo said…

    QUANDO SE É CANALHA TODO ARGUMENTO É VÁLIDO, E ARGUMENTOS NÃO FALTAM!!

     

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