Cá entre nós...

terça-feira, maio 22, 2007

Pequenas coisas que fazem a grande diferença


Já há algum tempo assisti uma reportagem muito interessante no Fantástico. Um professor de psicologia americano de uma renomada universidade (não me recordo qual), estudioso da felicidade, esclarecendo o que satisfaz as pessoas. Ele tentou, em poucas palavras, explicar o que faz alguém realmente feliz, mas deixou claro logo no início da reportagem de que não existe uma fórmula pra isso. Após ler o post da Aninha Pontes, de 03 de Abril, resolvi dividir um pouquinho do que assimilei após assistir a reportagem.
O professor colocou muito bem que a felicidade é algo abstrato e de difícil mensuração. Seria chover no molhado dizer que cada um traduz a felicidade de uma diferente maneira. Entretanto, o que eu ainda não havia parado pra pensar, é se o que buscamos realmente nos fará feliz. O que ele quis dizer basicamente é que as coisas que pensamos que nos trarão felicidade, nos causam certo prazer apenas no momento em que as alcançamos, mas pouco tempo depois, se olharmos de um ângulo mais amplo, percebemos que aquilo teve um impacto muito pequeno em nossa felicidade.
Analisei a mim mesmo para ver se o que o professor falou tinha algum cabimento, e para isso, voltei até junho de 2006, quando acabara de voltar ao Brasil e estava desempregado. Naquela época, passava praticamente 100% do meu tempo pensando em arranjar um bom emprego, que me possibilitasse morar sozinho, comprar um carro, pagar minhas contas e poupar algum dinheiro para projetos futuros. Consegui o emprego e aquilo me causou certa euforia num primeiro momento, mas hoje, após vários meses trabalhando, não poderia dizer que sou muito mais feliz que há seis meses. O mesmo aconteceu quando comprei meu carro, e acredito que continuará acontecendo com cada coisa material que eu alcançar.
Segundo o professor, a fórmula para a felicidade é bem complexa: basta não sonhar e prestar a atenção nas pequenas coisas que realmente fazem toda a diferença em nossas vidas. Parece loucura, mas tem fundamento. Se não pensarmos em conquistar aquela garota(o), se não desejarmos construir aquela casa, se não desejarmos aquelas férias sensacionais... e começarmos a dar mais valor aos finais de semana em família, à felicidade de nossos filhos, os bate-papos sem compromisso com os amigos, ao amor ao próximo.
Bem, o assunto é extrenso e minha idéia aqui não é tentar convencer ninguém a mudar de opinião sobre a felicidade. Mesmo assim, acredito que vale a pena parar e pensar no que realmente nos faz feliz.
Felicidades!


*************
Recomendo:
Gabriel García Márquez
"Memória de minhas putas tristes"

15 Comments:

  • At quinta-feira, maio 24, 2007, Anonymous Anônimo said…

    ow menino, tava sumido fio! Nem me conta a estória da tua cachorrinha que já até imagino...E eu sou muito sensível com essas estórias de animais...Olha descobri a pouco que a felicidade está nas pequenas coisas, na verdade minha mãe sempre dizia isso, e eu achava que era lorota de mãe...Mas hoje mesmo eu estava deitada no sofá assistindo tv, enrolada num cobertor com as minhas 2 gatas deitadas em cima de mim e me senti feliz, apenas com isso. Fiquei pensando na minha vida que eu estou num emprego tédio, não ganho rios de dinheiro, não sou um gênio, nem uma Giselle Bündchen, estou longe da minha família e ainda não encontrei o homem da minha vida, mas percebi que de uma certa maneira eu sou feliz, lógico que tem horas que fico bem triste, mas mesmo assim acredito que sou feliz. Sou feliz quando tomo um café quentinho num dia frio, sou feliz quando eu danço, sou feliz quando escuto uma música linda, sou feliz quando conheço pessoas que fazem a vida ainda valer a pena, sou feliz quando sei que tem gente que gosta de bichos, sou feliz quando posso dormir uma tarde toda chuvosa...E vou sendo feliz assim.

    Muito bom o seu texto.

    Beijo.

     
  • At quinta-feira, maio 24, 2007, Blogger O Meu Jeito de Ser said…

    Gui querido, é sempre bom ver você por aqui.
    Sabe Gui, essa característica do ser humano, de descontentamento, de querer sempre mais é de certa forma normal né?
    Vemos muito isso.
    Só que quando você perde alguma coisa, dá mais valor, e quando chega na iminência de perder o bem mais raro e valioso que é a vida, aí então, começa a prestar atenção nas pequenas coisas.
    Você já conhece meu caso, sabe que estive muito próxima da morte, isso há quase vinte e seis anos, e de lá prá cá, vim num processo de aprendizado, olhando as pequenas coisas, mas olhando com olhos diferentes, olhando com olhos, de quem precisa agradecer pela vida, pela luz, pelas cores, pelo sorriso, pela alegria dos meus filhos.
    Deus me devolveu a graça da vida, permitiu que criasse meus filhos, me deu um neto, em vista disso, tudo é agradecimento.
    O sorriso e carinho dos meus filhos e neto.
    O amor do meu amor.
    E por fim, o coração que Deus me deu, com uma enorme capacidade de amar, e ser feliz.
    Você vai ser feliz assim também, pode acreditar.
    Um beijo

     
  • At sexta-feira, maio 25, 2007, Blogger . fina flor . said…

    A teoria do professor é extremamente oposta a do filme O Segredo, que a mídia falou muito mal mas eu achei ótimo!!!

    Quero ler o livro, tá na lista!

    beijos, querido e que bom tê-lo blogando novamente :o)

    MM

     
  • At sexta-feira, maio 25, 2007, Blogger Yvonne said…

    Gui, você de uma forma bem sensível, fala de um jeito tal que é difícil não gostar dos seus escritos. É uma pena que demore tanto para postar. Beijocas

     
  • At terça-feira, maio 29, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Angel,
    Tava sumido sim, é verdade. Espero poder postar mais de vez em quando.
    Acho que a cena com as suas gatas mostra bem que não precisamos de muito para encontrarmos a faleicidade. Pelo que leio dos seus textos vc tem mesmo o estilo das pessoas que sabem ser felizes, independente da situação!
    Um abraço.

     
  • At terça-feira, maio 29, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Ana, acho que você tem motivos mais que suficientes para viver intensamente cada minuto. Fico fezli em saber que você põe em prática as lições que aprende e segue a vida através das pequenas coisa. Espero que viva muito e que continue saboreando a felicidade perto dos seus.
    Um abraço.

     
  • At terça-feira, maio 29, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Monica,
    Não vi o filme, mas... afinal, qual o seu ponto de vista? Ou você ainda não decidiu em que lado fica? rs
    Um abraço.

     
  • At terça-feira, maio 29, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Yvonne,
    Obrigado. Acho que não sou lá essas coisas com as palavras, mas fico feliz com o que escrevo mesmo assim. Tentarei ser mais assíduo nas postagens.
    Um abraço.

     
  • At quarta-feira, maio 30, 2007, Blogger . fina flor . said…

    Boa semana para você, querido!!!

    beijocas

    MM

     
  • At terça-feira, julho 03, 2007, Anonymous Anônimo said…

    N~/ao encontrei novas postagens. assim mesmo registro minha visita.

     
  • At segunda-feira, agosto 06, 2007, Blogger B. said…

    A felicidade é muito abstrata mesmo, mas observando as pessoas a nossa volta podemos perceber que felicidade não está realmente ligada a bens materiais. Percebo que é muito ligada à sensação de pertencer a um grupo, de ter um propósito...sou agnóstica, mas vejo que pessoas com um senso grande de religião são mais felizes ou então aquelas que abraçam grandes causas (trabalham em ongs, ajudam necessitados...sei lá). Para mim, parece que esta sensação de vc ser UM e não só mais um é importante para a felicidade.
    Ainda não encontrei o que me faz sentir assim e não será provavelmente na religião.

    Quanto ao que falaram sobre o livro "O segredo", é preciso ter cuidado, pois apesar de não avisarem às pessoas este livro e o filme tb foram patrocinados pela líder de uma seita que diz receber o espírito de Ramtha, um guerreiro lemuriano de 3000 anos que teria lutado contra o povo de Atlantida !!! Ela tb produziu o filme "Quem somos nós" onde colocou depoimentos de vários físicos de aneira que parecessem favoráveis a ela. Um deles, um cientista sério, disse que a entrevista dele foi editada e ficou bastante chateado. Ou seja, tudo parece na verdade um grande livro de auto-ajuda criado por alguns espiritualistas-picaretas.

    Bom, falei muito já...rs
    Te linkei tá?
    bjos

     
  • At sexta-feira, agosto 10, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Obrigada pelo texto maravilhoso. Com ele pude constatar de que eu já desconfiava. Sou feliz. E você escreve muito bem. E vou seguir a recomendação do livro. até mais.

     
  • At sábado, agosto 11, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Oi, B.
    Obrigado pela visita e pelo relato. Concordo com você sobre ter uma causa em que se apegar. Algo que seja construtivo, saudável. Precisamos difundir mais o senso coletivo.
    Falando nisso, acredito que após tanta corrupção, alguns grupos resolveram se organizar em busca do bem comum. Creio que desde 92 não víamos isso.
    Obrigado por me likar lá. Tô te linkando aqui tbm.
    Um abraço e volte quando quiser.

     
  • At sábado, agosto 11, 2007, Anonymous Anônimo said…

    O prazer foi meu, Fabiana.
    Nem sabia que escrevia tão bem assim... rs Obrigado.
    Acredito que o clichê "a gente era feliz e não sabia" é bem verdade. A gente era feliz quando saía pra noitada com R$10 no bolso. Hoje, com R$100, nos divertimos pelo menos 50% menos. A gente era feliz quando estávamos ao lado de pessoas queridas, que hoje, porventura, já se foram. A gente era feliz com tão pouco antes. Onde foi parar nossa simplicidade?
    Um abraço e obrigado pela visita.

     
  • At segunda-feira, novembro 19, 2007, Blogger .uma garota. said…

    Olá, achei seu blog super legal.
    Por um acaso eu estava procurando no Google algo sobre "fazer a diferença", e apareceu o seu link.
    Entrei logo de cara, e gostaria de pedir que fosse ao meu se tiver um tempinho.
    Gostaria de saber se posso adicionar o seu blog para eu visitá-lo mais vezes.
    Atenciosamente.

     

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